Caso Rua dos Arvoredos – processo 1313
Por volta das 7 horas do dia 13 de agosto, o corpo de um homem aparentando 40 anos, foi encontrado na porta do apartamento nº 03, térreo, na Rua dos Arvoredos, 413, Edifício Laranjeiras na cidade de Campestre. O morador, José Joselino de Matos, denunciante, foi convocado nesta data, 14 de agosto de 2011, para prestar esclarecimentos.
Investigador: Nome completo e endereço, por favor.
Denunciante: José Joselino de Matos. Moro na Rua dos Arvoredos, 413, apartamento 03, térreo, bairro Jardim Floresta.
Investigador: O que você faz?
Denunciante: Sou porteiro do edifício, seu doutor.
Investigador: Você é porteiro do Edifício Laranjeiras?
Denunciante: Sim senhor.
Investigador: Então você declara que mora no prédio em que trabalha?
Denunciante: Sim senhor. O térreo deste Edifício tem dois apartamentos onde moram os dois porteiros do prédio com suas famílias.
Investigador: O que fazia no momento em que o corpo foi deixado em sua porta?
Denunciante: Neste dia, doutor, eu acordei atrasado. Logo que abri os olhos e olhei no relógio e já eram 7 horas, percebi que ele não havia despertado e então fui ao banheiro e escovei os dentes e lavei o rosto rapidamente. Foi quando ouvi a campainha tocar. Me enxuguei às pressas para abrir a porta. Pensei que fosse o Sebastião, o outro porteiro, pois eu estava atrasado, tinha que ter entrado às 7. Eu abri a porta e foi quando vi o homem jogado no chão.
Investigador: Prossiga. Conte tudo o que você fez a partir de então.
Denunciante: Quando abri a porta levei um susto danado, olhei no corredor e não vi ninguém. A princípio pensei que fosse uma brincadeira e então eu me abaixei e mexi no corpo. Foi então que eu vi que já estava morto.
Investigador: Como você percebeu isto?
Denunciante: O corpo estava bem gelado e duro. As pontas dos dedos também estavam roxas, mas não olhei muito na hora, pois fiquei assustado e corri para dentro do meu apartamento para chamar a polícia.
Investigador: Havia mais alguém com você?
Denunciante: Eu estava sozinho, pois me separei há duas semanas.
Investigador: Você conhecia o morto?
Denunciante: Não senhor.
Investigador: Por que acha que foi jogado em sua porta então?
Denunciante: Não sei não, doutor. Mas acho que erraram o apartamento.
Investigador: O que te faz pensar assim?
Denunciante: É que mais tarde fiquei sabendo que o homem na minha porta era primo do Sebastião.
Investigador: Como entraram no prédio se tem porteiro dia e noite? Quem estava na portaria no momento?
Denunciante: Como disse ao senhor, eu estava atrasado, eu entro às 7 horas. O Sebastião largou a portaria sozinha quando deu o horário dele. Como entraram não sei não senhor.
Investigador: Você acha que o Sebastião está envolvido?
Denunciante: Não sei não, doutor, mas o Sebastião parece ser uma boa pessoa.
Investigador: Você quer acrescentar mais alguma coisa?
Denunciante: Não senhor. Só dizer que eu não tenho nada a ver com isso não.
Investigador: Muito obrigado seu José, se precisarmos de maiores esclarecimentos o chamaremos novamente.
Denunciante: Estou à disposição, doutor.
Campestre, 14 de agosto de 2011.